NOSSO BLOG

Como o dólar influencia as exportações brasileiras?

dólar na exportação

Por que o dólar é a moeda mais utilizada para transações internacionais?

Sabe-se que, apesar da aceitação do euro, do iene e da libra para diversas transações comerciais internacionais, a moeda mais presente em negociações e mais utilizada no mundo é o dólar.

Dessa forma, uma das justificativas para tamanha aceitação é que a moeda é usada como referência para a definição do preço do barril de petróleo, de minerais e outras commodities, bem como é a principal moeda do mundo negociada no mercado cambial. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), estima-se que no quarto trimestre de 2020, cerca de 60% das reservas mundiais de capital estrangeiro estariam em dólares americanos.

Ao mesmo tempo, a moeda possui alta estabilidade, visto que desde 1980 o Federal Reserve (FED) consegue manter níveis de inflação estáveis e baixos. Ainda, o mercado financeiro norte-americano possui alta liquidez, ou seja, há facilidade de transformar ativos em dinheiro sem perdas significativas em seu valor. Por isso, há a preferência pela moeda norte-americana no comércio internacional. Por fim, há uma grande oferta de ativos em dólares que são considerados seguros, portanto, quando outras moedas estão em crise, os investidores preferem confiar no dólar americano.

O que pode influenciar o preço do dólar perante o real?

Desde o início da pandemia causada pela covid-19, o preço do dólar vem subindo. Entretanto, o Brasil foi um dos países que teve sua moeda mais desvalorizada, colocando-se em 7º lugar no mundo no ano de 2021. 

O real é muito afetado pelo que ocorre no restante do mundo, pois o Brasil depende em grande parte do investimento estrangeiro para que o dólar entre no país. Diante das inseguranças no período atual com o novo vírus, os investidores costumam evitar situações de risco, assim retirando os investimentos de mercados emergentes. Com menor quantidade da moeda estadunidense circulando, o preço sobe.

Não obstante, o risco fiscal é um dos fatores que mais causa a fuga de investidores. A incerteza quanto às contas do governo, com a flexibilização do teto de gastos, e a ausência de uma visão unitária por parte também do governo prejudica a imagem do país. Enquanto isso, a dívida pública aumenta. A projeção de um cenário não muito animador quanto ao futuro desempenho da economia e as constantes quedas do PIB terminam por formar esse retrato do cenário atual brasileiro.

O valor do dólar tem oscilado muito desde 2020, sendo que em muitas partes do mundo ele se encontra desvalorizado. Contudo, ele disparou em relação ao real, e a causa disso é o cenário do nosso país, com o déficit fiscal já mencionado. É importante citar, ao fim, que a inflação acumulada do Brasil é muito maior que a dos EUA. Para resolver esse problema, é necessário que o Brasil resolva suas pendências políticas e ofereça segurança aos investidores através de ajustes fiscais.

Por que a oscilação do dólar afeta diretamente os exportadores?

Em um cenário estável, a alta do dólar pode representar um estímulo concreto às exportações, pois garante mais competitividade às empresas no mercado externo e o consequente superávit na balança comercial. Mas é necessário cuidado pois apesar das exportações costumarem se beneficiar da cotação alta, o dólar instável dificulta negócios na prática, pois as oscilações constantes tornam a tarefa de importadores estrangeiros e exportadores brasileiros determinar um preço equilibrado e ideal para as duas partes algo mais complexo.  

Apesar da recessão econômica que o Brasil enfrenta, além das incertezas frente ao novo coronavírus, a balança comercial brasileira não dá sinais de sofrer efeitos da pandemia. Segundo o Ministério da Economia, de janeiro até a terceira semana de março deste ano, foram exportados US$ 44,1 bilhões, valor ligeiramente superior ao registrado no mesmo período do ano passado: US$ 43,5 bilhões.

Isso ocorreu por causa da alta do dólar, cotado a R$ 5,23 no dia 7 de maio deste ano. Na prática, os produtos brasileiros se tornam mais baratos no exterior. Assim, a alta do dólar tende a elevar as exportações, que, então, se sobressaem em relação às importações. O setor da agropecuária e o de alimentos são alguns que podem se beneficiar grandemente neste momento, pois seus produtos são indispensáveis e o ritmo de seu consumo não sofre alterações.

Resumidamente, a alta do dólar favorece as exportações, uma vez que o produtor gasta em real, que está desvalorizado, e recebe em dólar, que tem seu preço muito mais alto. Ainda seguindo a mesma lógica, concluímos que as importações, inversamente às exportações, não foram favorecidas. A compra de produtos em dólar pesa no bolso dos brasileiros.

O que as empresas que pretendem lucrar e expandir por meio da exportação precisam levar em consideração é que, independentemente do câmbio, o modelo de negócio precisa ser sustentável por si só. Está se perguntando se exportar seu produto pode valer a pena? A melhor forma de averiguar as chances de sucesso das operações e de potencializar os lucros por meio delas é realizando uma análise de viabilidade de exportação, e nós podemos auxiliá-lo com isso.

Quais são os setores que podem ser beneficiados com a alta do dólar?

Os principais beneficiados com a alta do dólar, de toda forma, são as commodities, pois seu preço é definido no mercado internacional, em dólar. Por serem produzidos em larga escala e poderem ser estocados sem perder a qualidade, possuem seus preços definidos pela oferta e procura desses materiais primários, sendo um setor competitivo no Brasil em relação a outros produtores estrangeiros. Empresas de proteína animal, papel e celulose também saem em vantagem, mas vale destacar que todo o setor de exportação tem muito a ganhar com a alta da moeda.

Quais são os produtos mais exportados pelo Brasil atualmente?

De acordo com o Comex Stat, levantamento realizado pelo Ministério da Indústria, Comércio, Relações Exteriores e Serviços, durante o ano de 2020, as exportações resultaram no valor de US $209,921 bilhões, sendo US$ 50,995 bilhões a mais do que importou, significando uma balança comercial positiva.

Ainda, antes de mostrarmos a lista de produtos mais exportados, é importante explicar que o Valor FOB significa que, nessas transações, os exportadores são responsáveis pela mercadoria até a embarcação no navio, no porto indicado pelo comprador.

Soja

A participação da soja foi de 15% e seu valor FOB foi de US$ 28,5 bilhões.

Além disso, o Brasil continua como segundo maior produtor de soja do mundo, registrando produtividade média de 3.362 kg por hectare, de acordo com a Embrapa.

Minério de ferro e concentrados

A participação foi de 12% e o valor FOB foi de US$ 22,7 bilhões.

O Brasil é o segundo maior produtor de ferro do mundo e abriga a quinta maior reserva do mundo, equivalente a 17 bilhões de toneladas, de acordo com o UOL.

Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus

Participação de 9,4% e o valor FOB de US$ 18 bilhões.

O maior comprador desses insumos é a China, sendo que em 2019, de todo óleo bruto de petróleo exportado pelo país, 64% teve como destino a China, de acordo com a Samérica Trade.

Açúcares e melaços

Participação de 4,2% e o valor FOB de US$ 8 bilhões.

O mercado do biocombustível sofreu com uma forte queda nas cotações durante a pandemia, conforme informado pela Revista Globo Rural. Mas durante o mês de agosto, a exportação do açúcar cresceu 118% se comparado com 2019.

Carne bovina

Participação de 3,6% e valor FOB de US$ 6,8 bilhões.

De acordo com informações da Embrapa, a proteína nacional alimenta o mundo todo, assim, representa um faturamento de 6 bilhões de reais.

Farelos de soja e outros alimentos para animais

Participação de 3,1% e valor FOB de US$ 5,9 bilhões.

O Brasil é um produtor que se destaca na exportação desta commodity, a qual é utilizada para fabricação de rações no mundo todo, conforme observado pelo Sindirações.

Celulose

Participação de 2,9% e valor FOB de US$ 5,6 bilhões.

O Brasil está entre os principais exportadores de celulose, principalmente devido aos envios à China.

Demais produtos da Indústria de Transformação

Participação de 2,7% e valor FOB de US$ 5,2 bilhões.

O portal OUL Economia observa que as exportações referentes à indústria da transformação (matérias-primas de origem vegetal ou animal que será utilizada em produtos finais) registraram quedas antes mesmo da pandemia.

Carnes de aves

Participação de 2,6% e valor FOB de US$5,1 bilhões.

Apesar do cenário de pandemia, as exportações brasileiras de carne de frango posicionaram o Brasil como o maior exportador do mundo, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal.

Óleos combustíveis de petróleo

Participação de 2,3% e valor FOB de US$ 4,4 bilhões.

Ficou interessado? A F5 trabalha com serviços diversos de exportação e importação, nós podemos auxiliá-lo desde os primeiros passos e ajudá-lo a encontrar a solução que mais combina com você! Caso queira saber mais ou tirar dúvidas, basta entrar em contato pelas nossas redes sociais ou por aqui!

Por: Amanda Dockhorn, Ana Clara Botoqui e Laura Cristina

Shopping Basket

Receba Novidades