Por: Carolina Minuzzi e VIctor Maffini
A disseminação do novo coronavírus por diferentes países ao redor do mundo têm assustado a população. Não é por menos, mesmo com uma baixa taxa de mortalidade, o coronavírus possui uma alta taxa de contágio, se espalhando rapidamente por países da Ásia e Europa, chegando até a América do Sul.
Essa rápida propagação pode ser explicada tanto pela natureza do vírus, como pelo mundo globalizado em que vivemos: os países, hoje, dependem de recursos supridos por uma complexa rede comercial que é responsável pela movimentação diária de mercadorias ao redor do mundo todo. Essa conexão e interdependência é característica definitiva da globalização e é afetada pela pandemia existente. No Brasil, por exemplo, 70% das empresas do setor de eletrônicos enfrentam problemas no abastecimento de componentes importados da China, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Nesse sentido, como o comércio exterior poderá contornar os entraves decorrentes da propagação do Covid-19, como o isolamento internacional? E quais os perigos de manter um comércio ativo com países afetados pelo vírus?
Começando com a segunda pergunta, o risco é mínimo, uma vez que as autoridades de saúde afirmam que o vírus não resiste a mais de 24 horas fora de um organismo. O cuidado maior recai sobre importações de alimentos e/ou produtos derivados de animais. Em outros casos, dificilmente o vírus sobreviverá ao tempo de transporte de um país a outro.
Já quanto ao comércio exterior, diferentes frentes de ação estão sendo adotadas por órgãos nacionais, instituições internacionais e empresas de pequeno, médio e grande portes. No Brasil, por exemplo, foi anunciado ainda em março, pelo Ministério da Economia, alíquota zero para importações de produtos médico-hospitalares relacionados ao combate ao Covid-19, bem como a desoneração temporária de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para produtos de mesma finalidade. Outra medida em fase de aprovação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi a facilitação da renegociação de créditos de empresas e famílias e a expansão da capacidade de utilização de capital bancário para concessão de créditos.
Enquanto isso, as grandes empresas, em especial as transnacionais, possuem envergadura para explorarem diferentes alternativas. A principal delas, segundo o professor da Northwestern Kellogg, Sunil Chopra, parte do pressuposto que diferentes países atingem o pico da epidemia em momentos diferentes, pelos mais variados motivos (tais como clima e posição geográfica), assim, quando a cadeia de suprimentos globalizada é interrompida em um país afetado em maior grau pelo vírus, ela é facilmente reinventada em outra localidade não atingida em maior grau. Ou seja, ocorre uma regionalização da cadeia de suprimentos.
Essa ideia de tornar a cadeia de suprimentos em algo regional, como afirma Chopra, é uma tentativa de desconcentrar o polo industrial da globalização de um para diversos núcleos. Como ele fala, ter duas fábricas em locais diferentes com a mesma capacidade produtiva de uma única grande fábrica, dão uma maior resiliência a empresa, em caso de uma das fábricas se tornar inutilizada.
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